sábado, 13 de agosto de 2011

A doutrina das últimas coisas (escatologia)


 



Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
janio-construcaocivil.blogspot.com
 
As doutrinas fundamentais, que devem ser conhecidas por todos os cristãos, constam em toda a Sagrada Escritura, “que é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Tm. 3.16,17) são:

1. Bibliologia é o estudo da formação e caráter das Escrituras; sua revelação e inspiração, seu cânon, sua veracidade e autoridade, suas divisões e mensagem.
2. Teologia é o estudo dos assuntos referentes à natureza, ao carácter e às obras de Deus.
3. Angelologia é o estudo referente à natureza e ação dos anjos, inclusive os rebeldes.
4. Antropologia é o estudo dos assuntos referentes ao homem e seu relacionamento com Deus.
5. Hamartiologia é o estudo referente à origem, extensão e conseqüências do pecado.
6. Soteriologia é o estudo a respeito dos vários aspectos da salvação.
7. Cristologia é o estudo acerca de Cristo; sua natureza, seu carácter e suas obras.
8. Eclesiologia é o estudo da natureza, organização, e missão da Igreja.
9. Pneumatologia é o estudo da personalidade e obra do Espirito Santo.
10. Escatologia é o estudo das últimas coisas à luz das profecias.
Apesar de ser bem vasta esta área das doutrinas fundamentais, no entanto neste sintético estudo estaremos abordando apenas a escatologia que é a doutrina das últimas coisas. Vamos acompanhar:

VEJA COMO SE DARÁ A SEQUÊNCIA DOS EVENTOS ESCATOLÓGICOS

1. RAPTO DA IGREJA (ARREBATAMENTO)
2. JULGAMENTO DA IGREJA NO TRIBUNAL DE CRISTO
3. AS BODAS DO CORDEIRO
4. RETIRADA DAQUELE QUE RESTRINGE O PECADO 5. SURGIMENTO DO ANTICRISTO NO CENÁRIO MUNDIAL 6. SURGIMENTO DO FALSO PROFETA
7. O PACTO DE 7 ANOS DO ANTICRISTO COM ISRAEL
8. OS JUÍZOS DO CÉU SOB OS SETE SELOS DE AP.6
9. AS DUAS TESTEMUNHAS E SUA MISSÃO NOS 3 ½ ANOS
10. 144.000 JUDEUS SALVOS EM ISRAEL
11. O ANTICRISTO NO BLOCO DE 10 NAÇÕES
12. O BLOCO DE NAÇÕES DO NORTE – GOGUE E MAGOGUE
13. A FALSA IGREJA MUNDIAL
14. A PREGAÇÃO DO EVANGELHO DO REINO
15. GOGUE E MAGOGUE INVADEM ISRAEL
16. O ANTICRISTO ROMPERÁ O SEU ACORDO COM ISRAEL
17. IGREJA FALSA MUNDIAL DESTRUIDA PELO ANTICRISTO
18. OS JUDEUS SERÃO MARTIRIZADOS
19. JUÍZOS SOBRE A TERRA SOBRE AS SETE TROMBETAS
20. ISRAELITAS FIEIS FUGIRÃO PARA OS MONTES
21. JUÍZOS SOBRE A TERRA SOB AS SETE TAÇAS
22. A QUASE DESTRUIÇÃO DE ISRAEL
23. EVENTOS GEOFÍSICOS
24. JULGAMENTO DAS NAÇÕES VIVENTES
25. DERROTA DO ANTICRISTO E DO FALSO PROFETA
26. O REMANESCENTE JUDAICO
27. SATANÁS APRISIONADO
28. O REINO MILENAR DE CRISTO
29. O FINAL DA CARREIRA DE SATANÁS
30. O JUÍZO FINAL – ( JUÍZO DO GRANDE TRONO BRANCO )
31. NOVOS CÉUS E NOVA TERRA

Uma rápida análise de Mateus 24.1-14
Esses versículos falam de “guerras e rumores de guerras” (v. 6); “fomes e terremotos” (v. 7); tribulação, martírio, traição, ódio, falsos profetas e corrupção (vv. 9-12).

Apesar daquilo que alguns ensinam atualmente, os versículos de 4 - 14 só podem ser escatológicos e, por vários motivos, só podem estar se referindo aos acontecimentos da primeira metade da Tribulação. As condições descritas precisam ser entendidas como julgamentos divinos e não como desastres “naturais”, seguindo o padrão de revelação estabelecido no Velho Testamento. Jesus disse que “...tudo isto é o princípio das dores [literalmente, “dores de parto”] (v. 8). No Velho Testamento a palavra hebraica para “dores de parto” é usada pelos profetas para simbolizar as terríveis calamidades associadas ao Dia do Senhor (Is 21.3; Is 26.17-18; Is 66.7; Jr 4.31; Mq 4.10), particularmente ao “tempo da angústia de Jacó” (Jr 30.6-7), ao qual Jesus faz referência em Mateus 24.21, quando descreve a Grande Tribulação.

Muitos judeus, nos dias do Segundo Templo, esperavam um tempo de sofrimentos imediatamente antes do fim. A seita judaica de Qumran (os essênios – atribuía a essa angústia “dores, como de parto”.

Igualmente, o judaísmo rabínico cita as “dores de parto (em hebraico, chavalim) [relacionadas à vinda] do Messias” como uma série de convulsões globais que anteciparão a Era Messiânica. No Talmude, a lista dessas condições desastrosas (espirituais, morais, políticas, sociais e ecológicas – que caracterizam “a geração em que virá o Filho de Davi”, Sanhedrin 97a) em muito se assemelha à lista de Mateus 24.4-14.

Como o Novo Testamento indica que a Igreja não enfrentará o juízo preparado por Deus para o Dia do Senhor (1 Ts 5.9; Ap 3.10), os versículos de Mateus não podem estar descrevendo acontecimentos da Era da Igreja.

Em segundo lugar, Jesus declarou que esses acontecimentos não seriam “o final” do juízo, mas apenas “o princípio” (v. 8). As dores iniciais serão seguidas de dores mais intensas, no clímax do parto. Como a Tribulação não virá imediatamente após o Arrebatamento da Igreja, pois seu início está previsto para o começo da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27), os versículos de Mateus não podem estar descrevendo acontecimentos da Era da Igreja.

O maior argumento de que esses versículos se referem ao contexto da Tribulação surge na comparação dos mesmos (vv. 4-14) com os cinco primeiros selos de juízo em Apocalipse 6 (confira o Quadro 1).

Essas condições paralelas demonstram que, assim como os selos de Apocalipse 6 são seguidos pelo juízo mais intenso das trombetas e das taças, o “princípio das dores” descrito em Mateus 24.4-14 vem seguido das “dores de parto finais”, mais intensas, descritas em Mateus 24.15-26, que culminarão na vinda do Messias (vv. 27-31).

Além disso, o próprio Senhor Jesus fez referência à profecia da 70ª Semana de Daniel:

“Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê, entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes” (Mt 24.15-16).

Tanto Mateus quanto Marcos (Mc 13.14) apontam o texto de Daniel para esclarecimento da profecia feita no Monte das Oliveiras. Conclui-se que Jesus usa a profecia da 70ª Semana de Daniel como patamar para os eventos cronológicos apresentados em resposta às perguntas dos discípulos. Isso também acontece na seção de juízos do livro do Apocalipse (capítulos 4-19), onde Jesus, o Autor da visão recebida pelo apóstolo João (Ap 1.1), concede-a com divisões estruturalmente semelhantes à 70ª Semana de Daniel. Colocando os textos lado a lado (veja o Quadro 2), descobrimos que o “princípio das dores” de Mateus 24.4-14 se ajusta ao juízo dos selos de Apocalipse 4-6, aonde ambos (1) focalizam eventos terrenos; (2) cabem na primeira metade da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27a); e (3) culminam na profanação do Templo (o “abominável da desolação”) tanto em Mateus 24.15 quanto em Marcos 13.14, o ponto central da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27b).

Em seguida, os eventos intensificam-se e conduzem às dores de parto finais de Mateus 24.16-26, que (1) identificam-se com Apocalipse 7-19, (2) enfocam a dimensão celestial, e (3) culminam no surgimento do “sinal” celestial, que anuncia a vinda do Messias para julgar o mundo (Mt 24.27-31; Ap 19). Esses acontecimentos cabem na segunda metade da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27b), que termina na destruição do desolador do Templo (“o príncipe, que há de vir”, o Anticristo, Dn 9.26).

Se os versículos de Mateus 24.4-14 predizem sinais da futura Tribulação e tratam principalmente do povo judeu nesse período, seu cumprimento não pode estar no passado, especificamente, na queda de Jerusalém em 70 d.C. Ao comparar os eventos descritos nos versículos torna-se evidente que eles não se identificam com fatos históricos do primeiro século.

A passagem descreve guerras entre diferentes nações e reinos, não apenas entre uma única nação (Roma) e Israel, como aconteceu na Primeira Revolta do povo judeu contra Roma (66-74 d.C.).

As Escrituras também dizem que muitos se levantarão dizendo ser o Cristo (Messias). Mas não existe evidência histórica de alguém que se declarasse messias no primeiro século, até Simão Bar-Kokhba (135 d.C.), um único indivíduo.

Esses sinais também não devem ser usados pela Igreja “como sinais dos tempos”, apontando a aproximação da volta do Senhor. Muitos cristãos têm usado o aparente aumento de terremotos, apostasia na Igreja, e o declínio moral generalizado da sociedade como indicadores de estarmos rapidamente nos aproximando do Arrebatamento e dos últimos dias. Contudo, o Arrebatamento não será precedido por sinais; e como as dores de parto somente começarão quando Israel entrar no “tempo da angústia de Jacó” (e não sabemos quanto tempo isso levará depois do Arrebatamento), devemos usar de cautela ao tentar prever a aproximação de eventos escatológicos, baseando-nos na presença dessas condições na era presente.

Na Era da Igreja, essas condições gerais (apresentadas em 1 Tm 4.1-3; 2 Tm 3.1-9; 1 Jo 2.18; 1 Jo 4.1-3) servem de alerta quanto a estarmos “nos últimos dias”. Mas durante a Tribulação, as condições dos versículos 4-14 serão sinais específicos dos tempos finais, e os judeus convertidos poderão localizar-se dentro da 70ª Semana e perseverar até o final da Tribulação: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” – literalmente liberto do cárcere, quando da vinda do Messias (v. 13).

Serão esses sinais – especialmente o acontecimento descrito no versículo 15, “o abominável da desolação” – que permitirão aos santos da Tribulação perseverarem física e espiritualmente enquanto esperam a libertação prometida para o final da 70ª Semana de Daniel.

1. UM PREÂMBULO DA MATÉRIA

“Escatologia” é vocábulo grego, e designa o estudo ou tratado dos eventos que estão para acontecer, quanto ao fim do mundo. Em resumo, é o estudo das últimas coisas. É a parte da Teologia que trata dos fins últimos do Universo: Céu, Terra, e tudo quanto neles há: o homem, os anjos, o diabo, os demônios, etc.

As Escrituras Sagradas nos descrevem o futuro com precisão. Sabemos disso porque ela já o fez várias vezes. Ela nunca falhou em suas previsões. Eis algumas dessas antevisões: O tempo que Israel habitaria no Egito (Gn 15:13); que José, filho de Jacó, seria um grande estadista (Gn 37:5-11); que Jesus nasceria de uma mulher (Gn 3:15) virgem (Is 7:14) em Belém (Mq 5:2), o que, como todos nós sabemos, cumpriu-se fielmente (Mt 2:4-6). Ela previu, cerca de 1000 anos antes do nascimento de Jesus, que este teria Suas mãos e pés transpassados (Sl 22:16), etc. E, como não ignoramos, todas estas profecias se cumpriram fielmente. Lembremo-nos que não sabemos tudo (1Co 13.9). Aliás, quando reconhecemos nossa ignorância, estamos sendo mais realistas do que humildes. Este conhecimento me levou a duas conclusões: 1ª) Não sou capaz de esgotar este assunto. Nem mesmo uma obra enciclopédica (o que não é o caso deste opúsculo), elaborada por teólogos mais capazes do que este autor, conteria todas as informações escatológicas, dando a última palavra sobre este tão importante assunto; 2ª) Já que não sabemos tudo, a avidez pelo saber deve nos impulsionar a constantes e diligentes estudos. Devemos madrugar em busca da sabedoria (Pv 8.17), para sermos mais úteis aos nossos ouvintes (Ec 12.9). Deus prometeu nos revelar coisas grandes e firmes (ou ocultas) se clamarmos a Ele (Jr 33.3). É Jesus quem abre o nosso entendimento para entendermos as Escrituras (Lc 24:45). E Ele o faz pelo Seu Espírito Santo (Pv 1:23). Oremos, pois, ao Senhor, suplicando Sua luz.

A curiosidade é inerente a todo ser humano. Quem não é curioso já morreu. É graças à curiosidade que nos é própria, que materializamos o sucesso tecnológico e científico que ora presenciamos. Quer através da Bíblia, quer não, é raro encontrarmos alguém que não gostaria de saber o que o futuro reserva à Humanidade. Espero que este dom natural, que nos é próprio, nos seja aguçado, na busca pelo saber do que Deus revelou nas páginas da Bíblia.

A prova de que Deus quer que saibamos o futuro da Igreja, de Israel, dos gentios, do diabo, dos anjos caídos, da Terra, etc., é o fato de Ele no-lo ter revelada nas páginas da Bíblia. E, se Deus o quer, então é bom, importante e necessário. Deus não quer que saibamos tudo, como, por exemplo, o dia e a hora da vinda de Jesus (Mt 24:36; At 2.7). Mas Ele quer, entre entras coisas, que saibamos que Jesus virá nos arrebatar ao Céu (Jo 14:1-3; 1Ts 4:13-18). Sim, Deus quis nos revelar o futuro, e o fez através do Livro de Sua autoria - a Bíblia. Urge, portanto, que a consultemos, estudemos e descubramos o que Ele nos revelou nas páginas de Seu compêndio.

Uma boa parte da Bíblia cuida do futuro da Terra, dos Céus (demais corpos celestes), do povo de Deus, etc. Logo, a fonte é farta. Estudemos, pois, este tema com afinco e perspicácia.

Sendo sempre fiel, além de provar que de fato é a Palavra de Deus, a Bíblia conquistou nossa confiança, por cujo motivo nos interessa saber o que ela tem a nos dizer sobre o futuro.

É esquisito viajar sem saber para onde se está indo, porque está se indo, bem como ignorando o que se fará ao chegar ao destino final. E, mais esquisito ainda, é nem querer saber. E tal é aquele que não quer saber de estudar Escatologia.

Todos nós, cristão bíblicos, temos algum conhecimento escatológico. Por exemplo, todos sabemos que: a) o nosso destino é a Pátria Celestial que Jesus preparou para nós, e que Ele um dia virá para nos arrebatar ao Céu; b) as almas dos mortos salvos estão no Paraíso; c) as almas dos que morreram perdidos estão no Inferno; d) todos os mortos serão ressuscitados; e) haverá o Juízo Final; etc. Saber estas coisas é ter algum conhecimento escatológico, ainda que rudimentarmente.

Embora a Escatologia trate especificamente da consumação do tempo e da história, ela não é apenas prospectiva, mas retrospectiva também. Tal se dá porque só quem conhece o passado pode entender o presente e prever o futuro. Se a Escatologia considera o futuro, então ela não pode menosprezar o presente, nem ignorar o passado. O porquê disso é que o presente é o futuro do passado. Muitas das antevisões do passado, previstas para um futuro tão distante, estão se cumprindo em nossos dias. Outras já se cumpriram há milênios. Isto prova que já é futuro. Aliás, quando não o foi? Sim, o passado já foi o futuro, do passado que o antecedeu, e o mesmo podemos dizer do presente. E este, por sua vez, será o passado do futuro. Não é exorbitante afirmarmos que a Escatologia, além de retrospectiva e prospectiva é, também, introspectiva. Se ao fecharmos nossos olhos e olharmos para dentro de nós mesmos, detectarmos que o nosso amor está esfriando, temos aí um forte indício de que a “epidemia” do egoísmo, prevista para os últimos dias, está tão presente que até já nos vitimou; o que pode indicar que estamos vivendo um momento escatológico que não pode passar por desapercebido.

1) Os eventos escatológicos em ordem cronológica;

2) Quem herdará a Terra?

3) O Universo será todo habitado?

4) Que faremos na eternidade?

5) As duas ressurreições.

6) Que pregam as diversas correntes escatológicas?

Se o exposto aqui é ou não ortodoxo segundo a Bíblia, vai depender do ponto de vista do leitor, é claro; mas ninguém poderá dizer que o pensamento aqui exarado não reflete uma posição escatológica defendida por inúmeros compêndios escatológicos, elaborados por teólogos reconhecidamente evangélicos.

II. CRONOLOGIA DOS EVENTOS ESCATOLÓGICOS

“BIBLIOGRAFIA

OLIVEIRA, João. O milênio. Rio de Janeiro: CPAD. 1980.

OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de. As grandes doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro:

CPAD. 7 ed. 2003.
OLSON, N. Lawrence. O plano divino através dos séculos. Rio de Janeiro: CPAD, 8
ed. 1986.”

A Bíblia afirma que os principais acontecimentos escatológicos, se darão na seguinte ordem:
2.1. O arrebatamento da Igreja
Jesus virá outra vez e, então, nos levará para o Céu (Jo 14:1-3; 1Ts 4:16,17; 1Co 15.51,52; Hb 9.28, etc.);

2.2. A grande tribulação
(Mt 24:21,22). Uma das provas bíblicas de que a grande tribulação ocorrerá após o arrebatamento da Igreja, é o que consta de Ap 3:10b. Segundo esta referência, a Igreja será guardada da hora da tentação que está por vir, e não na hora. Sim, se haverá uma tribulação tal, qual nunca houve (Mt 24:21; Mc 13:19), e a Igreja não passará por ela (Ap 3:10), fica subentendido que seremos arrebatados antes.

2.3. A manifestação de Jesus em glória
É exatamente porque a Igreja não passará pela Grande Tribulação, que a Bíblia diz que quando Cristo voltar, nós desceremos com Ele (Cl 3:4; Jd 14; Zc 14:5). Nesse dia se concretizará o tão comentado Armagedom (Ap 16:13-16), que é o seguinte: Durante a Grande Tribulação, todas as nações do mundo (Zc 14:2a), sob a influência demoníaca (Ap 16:13-14), se aliarão ao Anticristo, e seus exércitos se congregarão no lugar que na língua hebraica se chama Armagedom (Ap 16:16), para guerrear contra os judeus (Zc 14:2a), os quais muito sofrerão (Zc 14:2b). Em meio a essa sangrenta batalha “aparecerá no céu o sinal” _ provavelmente algum sinal misterioso proveniente de Deus_ “do Filho do homem” (Mt 24.29,30). Por razões que nós desconhecemos, mas talvez por pensarem tratar-se duma manifestação inimiga, os referidos exércitos vão contra–atacar (Ap 19:19), mas serão derrotados, visto tratar-se da manifestação do invencível Filho de Deus, o qual descerá do Céu, trazendo consigo anjos (Mt 24:31) e também a Igreja previamente arrebatada (Ap 19:14 comparado com o versículo 8; Zc 14:5c; Jd 14), os matará (Ap 19:21a), e seus corpos servirão de alimento às aves de rapina (Ap 19:17, 18 e 21b). Eis o ARMAGEDOM.

A manifestação de Jesus em glória, da qual trata Mt 24:29-30, não pode ser confundida com o evento do qual trata Jo 14:3 e 1Ts 4.16,17. Estas duas últimas referências bíblicas cuidam do arrebatamento da Igreja, a qual, como já vimos, será antes da grande tribulação. Mas Mt 24:29,30 diz textualmente que é “depois da aflição daqueles dias” que aparecerá no céu o sinal do Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória. Tal se dá porque a segunda vinda de Jesus tem duas fases: na primeira Ele virá só para “os que o esperam para a salvação” (Hb 9.28), mas na segunda Ele aparecerá a todos (Mt 24.29,30; Ap 1:7; At 1:11);

2.4. O juízo das nações

No dia em que se concretizar o Armagedom, as nações serão julgadas (Mt 25:31-33). O que terá seu peso verificado na “balança”, será o tratamento que estas nações terão dispensado aos Judeus durante a Grande Tribulação (Mt 25:34-46). Veja o leitor que as pessoas que ouvirão o “vinde”, não são os “irmãos” de Jesus, e sim, pessoas que haviam usado de bondade para com os “irmãos” (Mt 25:40). Logo, as “ovelhas” e os “irmãos” são distintos, isto é, um não é o outro. Sim, o texto ora em lide, que é Mt 25:31-46, nos fala de três grupos distintos: os irmãos de Jesus, as ovelhas, e os bodes. As “ovelhas” não são “os irmãos”, já que ninguém pode ser recompensado por ter usado de bondade para consigo mesmo. Então, quem são eles? Resposta: Os irmãos são os judeus; as ovelhas são os gentios que usarão de bondade para com os judeus durante a grande tribulação; e os cabritos são os gentios que não serão benévolos para com os judeus, durante a grande tribulação.

Não confunda o Juízo das Nações com o Juízo Final. Este será após o Milênio, mas aquele, antes.

O leitor já deve ter percebido que o juízo das nações terá lugar após o Armagedom. Sim, imediatamente após o Armagedom, o Senhor Jesus Cristo congregará diante de Si as nações; apartará os homens uns dos outros, como o pastor aparta as ovelhas dos bodes; porá as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda; dirá às ovelhas que se acheguem a Ele, para receberem o reino que lhes está preparado desde a fundação do mundo, e dirá aos bodes para se apartarem dEle para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25:31-46).

Se nesse dia os “bodes” irão para o fogo eterno, é de se esperar que o Anticristo e o falso profeta também irão, pois eles “bodes” são (Ap 19:20). Nesse dia o diabo não será lançado no mesmo lugar em que serão precipitados os bodes, o anticristo e o falso profeta, mas sim, no mais profundo abismo existente no Seol (Is 14:14, 15; Ap 20:3 a; Lc 8.31; 16:26, etc.) onde não “passará” a eternidade, mas apenas mil anos (Ap 20:1-3,7). Veja o leitor que Is14:15 diz textualmente que o diabo será levado “ao Seol, ao mais profundo do abismo”. Esta profecia se cumprirá logo após o Armagedom;

2.5. O Milênio
Tão logo o Senhor: a) destrua os exércitos inimigos de Israel no Armagedom; b) julgue as nações; c) lance os “bodes”, a “besta” e o falso profeta no lago de fogo; d) e prenda o diabo por mil anos, convidará a Si as Suas ovelhas, a fim de que estas possuam por herança o Reino, iniciando-se assim o período áureo do Reino milenar de nosso Senhor. Isaías 11:6-9; e 65:20-25 tratam deste período. Eis mais algumas das muitas passagens bíblicas que tratam deste assunto: Zc 14:8-21; Dn 2:44; 7:13, 14,27; Ap 20:4-7; Mt 6:10, etc.;

2.6. O juízo final
Quando o Reino milenar terminar, Satanás será solto por um curto espaço de tempo (Ap 20:3) e a seguir lançado definitivamente no lago de fogo, onde encontrará os ímpios que foram lançados no fogo eterno quando do juízo das nações (Mt 25:41), entre os quais estarão o anticristo e o falso profeta (Ap 20:10), que lá foram lançados imediatamente após o Armagedom (Ap 19:20) e antes do Milênio (Ap 19:19, 20; 20:10);

Logo após o diabo ser lançado definitivamente no lago de fogo, virá o juízo final, quando então se dará a ressurreição de todos os mortos ímpios, os quais serão julgados e lançados no lago de fogo (Ap 20:11-13). É ao julgamento definitivo e geral dos ímpios que chamamos de Juízo Final;
2.7. A purificação da Terra.

À luz de 2 Pe 3:7, 10-13, o planeta Terra será purificado com fogo. Segundo o versículo 11 e também o Sl 102:25-27, este fogo não será simbólico, como o querem os testemunhas-de-jeová, mas sim, literal, visto que o vocábulo perecer, aparece nestes textos.

O que será do povo salvo, saído do Milênio, que aqui estiver residindo, quando Deus estiver expurgando a Terra? À página 96, do livro intitulado O Calendário da Profecia, o Pastor Antonio Gilberto responde a esta pergunta: “O mesmo Deus que preservou a sarça de se consumir (Ex 3:2), e tornou imunes ao fogo os três jovens hebreus (Dn 3:25), também pode preservar o povo salvo, saído do Milênio, e tudo mais que Ele quiser, durante esta expurgação final dos Céus e da Terra: ‘ Ponho as minhas palavras na tua boca, e te protejo com a sombra da minha mão, para que se estenda novos Céus, funde nova terra, e diga a Sião: Tu és o meu povo (Is 51:16)’ ”.

2.8. A descida da Nova Jerusalém
Imediatamente após a restauração dos céus e da Terra, a nossa Pátria Celestial (Fp 3.20), que nos foi preparada por Jesus (Jo 14:1-3), com a qual sonhavam os heróis da fé listados em Hebreus, capítulo 11 (queira ver os versículos 10, 13-16), virá definitivamente para cá (Ap 21.10). Este é o feliz estado eterno que tanto aspiramos! Que Deus nos ajude a herdarmos estas maravilhas!

A Nova Jerusalém será a eterna morada do povo de Deus do Antigo e do Novo Testamentos, mas o povo salvo saído do Milênio, herdará a Terra restaurada, a qual então será paradisíaca, como fora antes da entrada do pecado no mundo. Veremos isto no próximo tópico.

III.PERGUNTAS E RESPOSTAS NA ÁREA ESCATOLÓGICAS

Parece-me que quem não é curioso, já morreu. Com isso não quero dizer apenas que os não-curiosos vivem como se estivessem mortos, e sim, que a curiosidade faz parte da vida, sendo-nos, pois, tão comum, que não há, sequer, uma só pessoa que não seja curiosa. Queremos nos inteirar sobre tudo, inclusive, quanto ao futuro. E, posto que a Bíblia nos revela o que se reserva ao Universo e aos seus ocupantes, podemos satisfazer nossa curiosidade no Livro dos livros. Vejamos, então, o que a Bíblia tem a nos dizer sobre os seguintes pontos: a) quem residirá na Nova Terra; b) se a humanidade irá, ou não, ocupar outros corpos celestes além da Terra; e c) que fará, a Igreja, na eternidade.

3.1. Quem herdará a Nova Terra?
O leitor já deve ter percebido que no dia do arrebatamento da Igreja ficará alguém aqui na Terra, a saber, os que nesse dia não estiverem de posse do perdão de seus pecados. Dentre estes, muitos se converterão a Cristo e recusarão lutar contra os judeus sob as ordens do Anticristo. Destes, uma multidão incontável será morta por ordem da “Besta”. Estes mártires ressuscitarão na última etapa da Primeira Ressurreição. Apocalipse 7:9 a 17; 20:4-6 trata deste assunto. Veja que Ap 7:14 diz que a grande multidão veio da (e não de, como erroneamente consta de algumas de nossas Bíblias) Grande Tribulação. Esta, como já vimos, terá lugar após a Igreja do Senhor Jesus ser arrebatada ao Céu. Mas, nem todos os que recusarem guerrear contra os judeus morrerão na Grande

Tribulação. Muitos irão sobreviver. Estes são os que ouvirão o “VINDE” registrado em Mt 25:34. Estes, e seus filhos nascidos durante o Milânio, se forem fiéis (e muitos o serão) herdarão o planeta Terra (Mt 5:5; Sl 37:11, 29 ).

Resumindo, diremos que os que não subirem para o Céu no dia do arrebatamento da Igreja e se converterem durante a 70ª semana de anos de Daniel, e não morrerem nesse período (os que morrerem serão ressuscitados, reinarão com Cristo durante mil anos, mas não se casarão [Mt 22:23-30; Lc 20:27-36]), juntamente com seus filhos que nascerem durante e após o Milênio, se não cederem nem mesmo ante as provas, às quais serão submetidos depois do Reino Milenar (Ap 20:7-10), herdarão a Terra.

Uma das muitas provas de que realmente haverá nações no planeta Terra para sempre, é o fato de a Bíblia afirmar que quando a Nova Jerusalém descer do Céu, “... as nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra” (Ap 21.24) e que “... a ela trarão a glória e honra das nações” (Ap 21.26).

3.2 Que faremos na eternidade?
A Bíblia é clara ao afirmar que vamos servir a Deus (Ap 22:3), mas não nos dá muitos detalhes das atividades que por nós serão executadas na Cidade Celestial, a Nova Jerusalém. Contudo, à página 100 de O Calendário da Profecia supracitado, há uma afirmação que me parece respaldada pelas Escrituras:“ A Igreja, em estado de glória e felicidade eterna governará a Terra sob Cristo.” Compare esta afirmação com Ap 1:6; 5:10.

IV. COMO OCORRERÁ AS RESSURREIÇÕES

Como já vimos superficialmente, a Bíblia fala de duas ressurreições – a primeira e a segunda (Ap 20:4-6, 12-15). A primeira ressurreição será consumada mil anos antes da segunda; e só os que morreram salvos, participarão dela. As expressões: “ressurreição dos justos” (Lc 14.14) e “ressurreição dentre os mortos” (Lc 20:35; Fp 3.11) referem-se à primeira ressurreição. A primeira ressurreição se dará em três etapas; mas a segunda ressurreição ocorrerá de uma só vez. A primeira etapa da primeira ressurreição já se concretizou há quase dois mil anos, e as duas que restam se realizarão brevemente.

4.1. A primeira ressurreição.
O que a Bíblia chama de primeira ressurreição não se dá numa etapa única. Veremos isso abaixo.

4.1.1. A primeira etapa

Na primeira etapa da primeira ressurreição, só Jesus e mais um pequeno grupo ressuscitaram (At 26.23; Mt 27:52,53). Poderíamos chamar a primeira etapa de primeira e segunda etapas, visto que a Bíblia diz que Jesus é “o primeiro da ressurreição dos mortos” (At 26.23); e que os santos que ressurgiram dentre os mortos quando da ressurreição de Jesus, “saíram dos sepulcros, depois da ressurreição dEle” (Mt 27:52,53). Porém, para não destoarmos dos demais estudiosos deste tema, chamemos estas duas etapas de Primeira Etapa.

4.1.2. A segunda etapa
1Ts 4.16 diz: “ Porque o Senhor mesmo descerá do Céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo, ressuscitarão primeiro”. Esta ressurreição ocorrerá na primeira fase da segunda vinda de Jesus, no dia do arrebatamento da Igreja (1Co 15.51,52; 1Ts 4.13-17). Nesse dia, juntamente com os mortos previamente ressuscitados já transformados, subiremos ao Céu, ao encontro de Jesus.

4.1.3. A terceira etapa.

“ ... e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição. Bem aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante os mil anos” (Ap 20.4-6).






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