Por: Jânio Santos de Oliveira Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro janio-construcaocivil.blogspot.com | |||
Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a paz do Senhor.
Dando seqüência ao estudo de Teologia sistemática estaremos enfocando uma síntese de antropologia, já que o espaço é limitado; mesmo assim dividiremos a matéria em duas partes.
Vamos acompanhar.
1) CONCEITOS HISTÓRICOS E TEORIAS SOBRE A ORIGEM DO PECADO
São os mais diversos os conceitos que ao longo da história surgiram acerca do pecado. Irineu, bispo de Lyon, na Ásia Menor (130-208 d.C.), foi, talvez, o primeiro dos pais da Igreja Antiga, a assegurar que o pecado no mundo se originou na transgressão voluntária do homem no Éden. O conceito de Irineu logo tomou conta do pensamento e da teologia da Igreja, especialmente como arma no combate ao gnosticismo, pois este ensinava que o mal é inerente à matéria.
2) DO GNOSTICISMO A ORÍGENES
O gnosticismo ensinava que o contato da alma humana com a matéria era que a tornava imediatamente pecadora. Esta teoria naturalmente despojou o pecado do seu caráter voluntário como é apresentado na Bíblia. Orígenes (185-254 d.C.) sustentou este mesmo ponto de vista por meio de sua teoria chamada “preexistencismo”. Segundo ele, as almas dos homens pecaram voluntariamente em existência prévia, e, portanto, todas entraram no mundo numa condição pecaminosa. Este conceito de Orígenes sofreu forte oposição mesmo nos seus dias.
3) OS PAIS DA IGREJA GREGA
Em geral os pais da Igreja Grega dos séculos III e IV se mostraram inclinados a negar a relação direta entre o pecado de Adão e seus descendentes. Em contraposição, os pais da Igreja Latina ensinaram com bastante clareza que a presente condição pecaminosa do homem encontra sua explicação na primeira transgressão de Adão no Éden.
4) DE AGOSTINHO À REFORMA
O ensino da Igreja do Ocidente quanto à origem do pecado teve seu ponto mais elevado na pessoa de Agostinho. Ele insistiu no ensino de que em Adão toda a humanidade se acha culpada e maculada. Já os teólogos semipelagianos admitiam que a mancha do pecado, e não o pecado mesmo, é que era causada pelo relacionamento humanidade – Adão. Durante a Idade Média, o que se cria a respeito do assunto era uma mistura de agostinismo e pelagianismo. Os Reformadores, particularmente, comungaram do ensino de Agostinho.
5) DO RACIONALISMO A KARL BARTH
Sob a influência do racionalismo e da teoria evolucionista, a doutrina da queda do homem e de seus efeitos fatais sobre a raça humana, foi descartando-se gradualmente. Começou a se difundir a idéia de que, se realmente houve o que a Bíblia chama “queda” do homem, essa queda foi para o alto. A idéia do pecado odioso, aos olhos santos de Deus, foi substituída pelo mal, e este mal se aplicou de diferentes maneiras. Por exemplo, Emanuel Kant o considerou como parte inseparável do que há de mais profundo no ser humano, e que não se pode explicar. O evolucionismo chama esse “mal” de oposição das baixas inclinações ao desenvolvimento gradual da consciência moral. Karl Barth, teólogo suíço (1886-1968), fala da origem do pecado como um mistério da predestinação.
Em suma: O que muitas correntes da teologia racionalista erradamente ensinam é que Adão foi na verdade o primeiro pecador, porém sua desobediência não pode ser considerada como causa do pecado no mundo. O pecado do homem estaria relacionado alguma forma com a sua condição de criatura. A história do Paraíso nada mais proporciona ao homem do que a simples informação de que ele necessariamente não precisa ser pecador.
6) O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE A ORIGEM DO PECADO
Na Bíblia, o mau moral que assola o mundo, normalmente chamado pelos homens de fraqueza, equívoco, deslize, queda para o alto, se define claramente como pecado, fracasso, erro, iniqüidade, transgressão, contravenção e injustiça. A Bíblia apresenta o homem como transgressor por natureza. Mas, como adquiriu o homem essa natureza pecaminosa? O que a Bíblia nos diz acerca disso? Para termos respondidos estas indagações são interessantes e indispensáveis considerar o seguinte:
a) Deus Não é o Autor do Pecado
Evidentemente Deus, na sua onisciência, já vira a entrada do pecado no mundo, bem antes da criação do homem. Porém, deve-se ter o cuidado para que ao se fazer esta interpretação, não fazer de Deus a causa ou o autor do pecado. “Longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-poderoso o cometer injustiça”.(Jó 34:10) Deus é santo e não há Nele nenhuma injustiça. “Ninguém ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta”. Deus odeia o pecado e como prova disto enviou a Jesus Cristo como provisão salvadora para o homem. Assim sendo, as Escrituras rechaçam todas aquelas idéias deterministas, segundo as quais Deus é autor e responsável pela entrada do pecado no mundo.
b) O Pecado Teve Origem no Mundo Angélico
Se quisermos conhecer a origem do pecado, teremos de ir além da queda do homem, descrita no capítulo 3 de Gênesis, e por a nossa atenção em algo que aconteceu no mundo dos anjos.
Deus criou os anjos dotados de perfeição, porém, Lúcifer e legiões deles se rebelaram contra Deus, pelo que caíram em terrível condenação. O tempo exato dessa queda não é dado a conhecer na Bíblia. Jesus fala acerca do Diabo dizendo ser ele homicida desde o princípio. O apóstolo João diz que o diabo desde o princípio. Pouco se diz a respeito do pecado que ocasionou a queda dos anjos; porém, quando Paulo adverte a Timóteo no sentido de que nenhum neófito seja designado bispo sobre a casa de Deus, diz o apóstolo porque: “...para não suceder que se ensoberbeça e caia na condenação do Diabo”. Daí se concluir que o pecado do Diabo foi a soberba e o desejo de sobrepujar a Deus.
c) Origem do Pecado na Raça Humana
“Portanto, assim como por um só homem entrou no pecado o mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. (Rm 5.12)
7) O CONCEITO DE PECADO NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO
O Antigo Testamento descreve o pecado nas seguintes esferas:
a) Na Esfera Moral - A palavra mais usada para o pecado significa “errar o alvo”.
- Errar o alvo: Dá idéia de, como um arqueiro que atira, mas erra, do mesmo modo, o pecador erra o alvo no final da vida. - Tortuosidade ou perversidade: o contrário da retidão; errar o caminho, como um viajante que sai do caminho certo. - Falta: ser achado em falta ao ser pesado na balança de Deus. - Mal: “violência” ou “infração”
b) Na Esfera da Conduta Fraternal
A palavra usada para determinar o pecado nesta esfera significa, violência ou conduta injuriosa (Gn 6.11; Ez. 7.23; Pv 16.29) ao excluir a restrição da lei, o homem maltrata e oprime seus semelhantes.
c) Na Esfera da Santidade
As palavras empregadas
eram: “profano”, “imundo”, “contaminado” e “transgressor”. Estes termos empregados nesta esfera implicam que o ofensor já usufruiu a relação com Deus. Entendemos que os Israelitas como povo escolhido, deveriam ser santos, pois pelas leis, em toda as atividades e esferas de suas vidas, estavam reguladas pela Lei da Santidade. E que fosse contrário a isso se tornava imundo, (Lv 11.24, 27, 31, 33, 39)
d) Na Esfera da Verdade
“Engano”, “Mentira”. As palavras que descrevem o pecado nesta esfera dão ênfase ao inútil e fraudulento elemento do pecado. Os pecadores falam e tratam falsamente (Salmos 58:3; Is 28.15; Êx 20.16; Sl 119.128).
O primeiro pecador foi um mentiroso (Jo 8.44); o primeiro pecado começou com uma mentira (Gn 3.4); e todo o pecado contém o elemento do engano (Hb 3.13).
e) Na Esfera da Sabedoria
Os homens se portam impiamente porque não pensam ou não querem pensar corretamente; não dirigem suas vidas de acordo com a vontade de Deus, seja por descuido ou por deliberada ignorância. O homem precisa crescer na sabedoria para firmeza e fundamento moral, o que de palavras de sabedoria, ensino, exortação, fora escrito para ele não esquecer; para não ser facilmente conduzido ao pecado. (Mt 7.26; Pv 7.7; 9.4)
8) NO NOVO TESTAMENTO
Palavras que expressam o Pecado no Antigo e Novo Testamento:
a) Errar o alvo i) Fermento
b) Tortuosidade j) Desordem
c) Perversidade k) Iniqüidade
d) Lepra l) Desobediência
e) Violência m) Queda
f) Profano n) Derrota
g) Imundo o) Impiedade
h) Transgressor p) Erro
. Errar o Alvo - que expressa a mesma idéia que a conhecida palavra do Antigo Testamento.
. Dívida (Mt 6.12) - O homem deve a Deus a guarda dos seus mandamentos; todo pecado cometido é contração de uma dívida. Incapaz de pagá-la, a única Esperança do homem é ser perdoado, ou obter remissão da dívida.
. Desordem - O pecado é iniqüidade (I Jo 3.4), o homem escolheu a sua própria vontade, isto é rebeldia.
. Transgressão - literalmente “ir além do limite” (Romanos 4:15). Os mandamentos de Deus são cercas, por assim dizer, que impedem ao homem entrar em território perigoso e dessa maneira sofrer o prejuízo para sua alma.
. Queda - Cair para um lado, (Ef 1.7). Pecar é cair de um padrão de conduta.
. Derrota - é o significado literal da palavra “queda” em Rm 11.12. Ao rejeitar a Cristo, a nação judaica sofreu uma derrota e perdeu o propósito de Deus.
. Impiedade - de uma palavra, sem adoração ou reverência, (Rm 1.18; 2 Tm 2.16). O homem ímpio é o que dá pouca ou nenhuma importância a Deus e as coisas sagradas, pois não há temor ou reverência, porque está sem Deus e não quer saber de Deus.
. Erro (Hb 9.7) - Descreve aqueles pecados cometidos como fruto da ignorância, e dessa maneira diferenciam daqueles pecados cometidos presunçosamente, apesar da luz esclarecedora. O homem que desafiadoramente decide fazer o mal incorre em maior grau de culpa do que aquele que apanhado em falta, a que foi levado por sua debilidade.
O pecado tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento é considerado uma “brecha” ou “rompimento” de relações entre o pecador e o Deus pessoal. É o desvio do pecado da vontade de Jeová, ou seja, a quebra da lei, sendo que Jeová é a própria lei.
9) TEORIAS ACERCA DO PECADO
a) A Teoria Pelagiana do Pecado
O “Pelagianismo’’ (do latim: “pelagianismus”), é a Doutrina fomentada por Pelágio, clérigo britânico do século IV. Entre outras coisas, ele negava o livre-arbítrio e a influência da graça divina. É semelhante ao “Determinismo”, que nega o livre-arbítrio e que o pecado é algo natural do homem.
b) A Teoria Católica Romana do Pecado
Pecado Capital - expressão com que a Igreja Católica romana designa diversos pecados: orgulho, ódio, inveja, impureza, gula, preguiça e a avareza.
c) A Teoria Evolucionista do Pecado
Baseada e fundamentada na Teoria de Darwin, o Evolucionismo considera o pecado como herança do animalismo primitivo do homem, ou seja, na fase evolutiva do homem, erros e falhas são comuns, até que um dia o homem chegará a ponto de perfeição.
d) O Ateísmo
Nega a Deus, nega também o pecado, porque estritamente falando, todo pecado é contra Deus, e se não há Deus, não há pecado.
e) O Determinismo
Essa teoria filosófica afirma ser o livre-arbítrio uma ilusão, e não uma realidade. Uma conseqüência prática do Determinismo é tratar o pecado como se fosse uma enfermidade por cuja causa o pecador merece pena, compaixão ou misericórdia (dó), ao invés de ser castigado.
f) O Hedonismo
O Hedonismo (do grego: “hedoné” e do latim: “hedonismus”; prazer), é a teoria que sustenta que o melhor ou mais proveitoso que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga a dor. Eles desculpam o pecado com expressões como estas: “Errar é humano”; “o que é natural é belo e o que é belo é direito”.
A consciência testifica inequivocadamente da realidade do pecado. Todos sabem que são pecadores. Ninguém, que tenha idade de responsabilidade, tem vivido livre do senso de culpa pessoal e contaminação moral. O remorso da consciência, por causa do mal praticado, persegue a todos os filhos e filhas de Adão, ao passo que as conseqüências entristecedoras e terríveis do pecado são vistas através da deterioração e degeneração física, mental e moral da raça.
( Rm 1.18-28)
A doutrina do pecado é apresentada na Carta aos Romanos de modo muito realista e numa perspectiva de sua prática. O pensamento moderno tenta salvar o homem pecador oferecendo-lhe educação, religião e filosofia, visando com estes intentos moralistas tornar bom o homem mergu-lhado na lama do pecado. Entretanto, a realidade do pecado é outra. O homem é pecador e indesculpável diante de Deus. Nesta primeira parte do estudo da Carta aos Roma¬nos, Paulo, sob a unção do Espírito Santo, como um médico capaz, diagnostica o mal que condena o homem pecador, mas apresenta, também, o remédio divino contra esse mal chamado pecado.
Para que tenhamos uma visão mais ampla sobre esta doutrina precisamos conhecer a essência do pecado conforme a Bíblia a apresenta. Existem palavras no Antigo e no Novo Testamento que mostram as várias facetas do pecado. As línguas originais da Bíblia, o hebraico e o grego, dão-nos vários significados acerca do pecado. Fundamentalmente, pecado no hebraico é"chattath" e no grego é "hamartia" - palavras que dão a idéia do pecado como "um mal moral", mas que, essencialmente, significam antes "errar o alvo". Entende-se, então, que o homem foi criado com um alvo específico, mas ao pecar, perdeu esse alvo.
Portanto, nesta carta, a doutrina do pecado é apresentada numa teologia realista em que os aspectos negativos e positivos da Justiça de Deus são colocados de modo prático na vida do pecador.
A IRA DE DEUS (1.18)
- Que é a ira de Deus? - É a reação natural e automática da santidade de Deus contra o pecado. Não significa que Deus se torna raivoso e furioso, nem tampouco significa alguma paixão que o provoque, à semelhança dos homens. Na verdade, Deus odeia o pecado, mas ama o pecador. Vários textos comprovam essa declaração: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16). Outro texto diz: "Mas Deus provou o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5.8). Esses dois textos declaram que Deus ama o pecador.
1. A santidade de Deus é a expressão de sua ira
Portanto, quando a ira de Deus se manifesta, é na verdade a sua Santidade que se levanta como uma barreira contra o pecado. Não que corra o risco de Deus ser alcançado ou afetado pelo pecado, mas porque sua natureza eterna e santa tem autodefesa. Deus é santo! Ele não precisa ser santo. A santidade nEle é um estado eterno, imutável e inconfundível. Na história da libertação do povo judeu do Egito destaca-se o seu líder Moisés. Quando Deus o convocou no monte Horebe e mostrou-lhe sua glória, Moisés temeu voltar ao Egito. Temia não ser acreditado nem aceito pelo seu povo. Por isso fez uma prova de Deus perguntando-lhe: "Eis que quando vier aos filhos de Israel, e lhes disser: - ‘O Deus de vossos pais me enviou a vós‘, e eles me disseram: - ‘Qual é o seu nome?‘ que lhes direi? E disse Deus a Moisés: ‘Eu sou o que sou‘. Disse mais: ‘Assim dirás aos filhos de Israel: Eu sou me enviou a vós‘" (Êx 3.13,14). Nesta identificação do "EU SOU" conhecemos aquele que não foi, nem pretendia ser, mas que é para sem¬pre. Ele é santo, três vezes santo, e nunca deixará de ser santo.
Portanto, sua ira é a barreira contra o pecado. É a muralha que impede a manifestação do pecado na sua presença.
2. A manifestação da ira de Deus
"Porque do Céu se manifesta a ira de Deus" (1.18). A manifestação da ira procede do Céu. - Que Céu é esse? -Não se trata do espaço entre o homem e o infinito. A procedência da manifestação da ira aponta para um lugar não-físico, mas um lugar onde Deus habita. "Do Céu" (1.18) para fortalecer o fato de que essa ira divina vem de cima.
"...se manifesta" (1.18) - A palavra manifestar significa neste texto revelar; ou resplandecer. Trata-se de uma manifestação literal. Não é fictícia nem simbólica. Sua realidade é conhecida na experiência humana.
"Sobre toda a impiedade e injustiça" (1.18) - A ira de Deus "se manifesta" para quê? ou por quê? O texto é objetivo e aponta para duas razões específicas:
a "impiedade" e a "injustiça". Quando a ira de Deus se manifesta contra ou "sobre toda a impiedade", refere-se à irreligiosidade do homem pecador. Significa a negação daquilo que é inerente ao homem, isto é, sua crença em Deus. Esse fato é indiscutível e inevitável dentro do ser humano. É natural que a ira divina reaja quando o homem nega o fato de Deus em sua vida, e muito mais, quando o homem deixa a piedade, isto é, sua religiosidade e se lança contra o seu próprio Criador. Negar a Deus é querer torná-lo mentiroso e viver como se Ele não existisse.
O texto acrescenta outra palavra, que é a injustiça, a qual significa deixar de fazer o que é reto. É o desvio premeditado para o pecado. É sair da rota divina e tomar o caminho da injustiça. Então aprendemos que a ira de Deus manifesta-se pela pertinaz rejeição a Deus. É a rejeição da luz reveladora da verdade.
O texto continua e acusa os homens que cometem a injustiça e a impiedade, de "que detêm a verdade em in¬justiça" (1.18). A verdade e a injustiça são detidas por aqueles que recusam a verdade. "Deter a justiça" significa reter, estorvar, aprisionar ou impedir que a verdade venha à luz. "Deter a verdade" significa impedir que ela tenha livre acesso para desenvolver-se. Significa estorvar pelo espírito do erro. A verdade deve encontrar caminho aberto e espaço livre para desenvolver-se na vida dos homens. Portanto, a ira de Deus manifesta-se contra aqueles que estorvam ou obstruem o caminho da verdade.
A RECUSA DO HOMEM À VERDADE (1.19-21)
Nestes três versículos nos deparamos com o homem evitando a verdade e rejeitando-a.
1. O conhecimento de Deus revelado na vida do ho¬mem (vv 19,20)
"Portanto o que de Deus se pode conhecer" (1.19). Indica que o conhecimento acerca de Deus é revelado na própria vida do homem, na natureza e em toda a criação. Diz mais o texto: "neles se manifesta" (1.19). É um fato inevitável no homem. Está manifesto na sua vida esse conhecimento. Confirma ainda mais o texto: "Porque Deus lho manifestou" (1.19). Isto prova que o homem pode ne-gar ou rejeitar esse conhecimento, mas não evitá-lo. No versículo 20, o apóstolo Paulo apresenta o tipo de conhecimento que o homem não deve evitar, mas, se o faz, é porque prefere viver dissolutamente. Se o homem disser que não conhece a Deus porque não o pode ver, por isso não existe, ele se depara com as obras manifestas de Deus: "Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas" (3.20). Como negar o fato da criação diante dos nossos olhos? Todas as formas de ateísmos se diluem diante das obras do Deus invisível. O mesmo versículo 20 termina com esta expressão: "...para que eles fiquem inescusáveis". - Que argumento levantará o homem no Juízo Final? - Nenhum! Pois todos os homens são inescusáveis diante de Deus. A negação da verdade tornasse um pecado irremediável diante de Deus.
2. O pecador, não glorifica a Deus, mesmo tendo-o conhecido (v 21)
"Porque tendo conhecido a Deus, não o glorificamos como Deus" (1.21). Este versículo não deixa dúvida. Ele afirma que o homem conhece a Deus e não pode fugir desse fato, mas o acusa por não conhecê-lo, mesmo sabendo que Ele é o Deus verdadeiro. O ato de dar glória neste texto re¬fere-se a reconhecer as obras de Deus.
3. O pecador não lhe dá graças (v 21)
"...nem lhe deram graças" (1.21) - A gratidão resulta de um coração sincero, que não detêm a verdade, nem a rejeita. Dar graças significa oferecer ao Criador o pleito de reconhecimento, pelo que Ele é e faz.
"...antes em seus discursos se desvaneceram" (1.21) -Isto é, Deus acusa os homens, não só por negá-lo, mas por lutarem contra Ele "em seus discursos" inflamados pelo pecado.
4. O pecador é insensato (v .21)
"...e o seu coração insensato" (1.21) - Diz respeito à falta de senso. A sensatez torna o homem prudente; ele mede as conseqüências de qualquer ação. Porém, quando o homem permite que "seu coração" se torna insensato, está tomando o caminho da destruição e do juízo. A insensatez cega o homem no sentido espiritual. Por isso, o texto diz: "o seu coração insensato se obscureceu". Quando a loucu¬ra domina os sentimentos do homem, ele se torna cego, obscuro. Não pode ver, nem sentir e nem agir inteligente¬mente. O pecado obscurece a mente e o espírito do homem quando ele rejeita a verdade e a luz de Deus. A verdade traz à tona o que está escondido. A verdade é luz que reve¬la o escondido no obscurecimento espiritual. A verdade li¬berta o homem. O pecado escraviza e prende. A verdade capacita o homem a reconhecer a Deus como Senhor e Criador.
DESORDENS FÍSICAS, MORAIS E ESPIRITUAIS (1.22-24)
Trágicas desordens na vida do homem foram provoca¬das pelo seu pecado de rejeição a Deus. A experiência hu¬mana testemunha esse fato. Quando o homem rejeita toda possibilidade de reconciliação com Deus, fica entregue à mercê da própria sorte!
O apóstolo Paulo destaca três principais desordens na vida do pecador que rejeita a graça de Deus:
1. (1.23) - A primeira desordem acontece nas relações do homem para com Deus. Essa desordem conduz o homem à idolatria, e esta é o maior pecado de rebelião contra Deus. Essa desordem está expressa no versículo 23, que diz: "E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis". Essa desordem provoca a manifestação da ira de Deus, isto é, a santidade divina abomina toda a idolatria. Esse pecado de idolatria ofende, também, a autoridade e o poder de Deus. Sua autoridade é incontestável e imutável. Quando o homem, conhecendo a verdade, se utiliza da idolatria, quer ferir a autoridade divina e anulá-la na sua vida. - E como subsistirá o homem sem Deus? - Não poderá!
2. (1.24) - A segunda desordem acontece na vida física do próprio homem. É a perversão de sua própria natureza. O homem se torna escravo de seus próprios desejos, os quais estão sob o domínio da força do pecado. Essa desordem está no versículo 24. A primeira parte do texto diz: "Deus os entregou às concupiscências de seus corações". A palavra "corações" refere-se aos sentimentos dos homens. Quando os sentimentos estão sob a tutela do pecado, eles pecam contra o espírito e são capazes de escravizar o homem com correntes carnais, conforme está exposto nos versículos 28 a 32.
3. (1.24) - A terceira desordem acontece nas relações do homem com o seu próximo. Diz o texto do versículo 24 no seu final:"...a imundícia, para desonrarem seus corpos entre si". Essa desordem para com o próximo mostra a perversão do coração do homem. Nos dias atuais, essa desordem, que acontece muito especialmente no aspecto sexual, está se tornando comum e aceitável no seio da sociedade. Admite-se hoje, com facilidade o que chamam de 3º sexo. Mestres de pornografia lançam o que está em seus corações, toda a imundícia e a perversão da criação divina. Deus criou o sexo como bênção e para a perpetuação das espécies. Porém, o pecado é o desvio do alvo divino, e ele penetra no coração do homem, escravizando-o ao mais baixo grau. Essa desordem resulta da rejeição do homem a Deus. É escolha dele e jamais poderá culpar alguém pela sua rejeição. No Juízo Final não escaparão, pois serão condenados, conforme já está predito: "Ficarão de fora os cães, e os feiticeiros, e os que se prostituem e os homicidas, e os idolatras, e qualquer que ama e comete a mentira" (Ap 22.15).
4. Conseqüências da rejeição a Deus (1.24-28) - Esses versículos indicam as conseqüências do pecado do homem, e se expressam com as palavras textuais: "Deus os entregou".
a) Primeira conseqüência: "Deus os entregou à imundícia" (1.24). Significa que, dada a rejeição consciente dos pecadores, Deus os entregou às garras dos sentimentos pervertidos, para que fossem lavados e varridos por seus impulsos pecaminosos. A palavra imundícia relaciona-se com toda sorte de pecados impuros, antinaturais. A expressão "Deus os entregou" deve ser entendida como: Deus desistiu de lutar por eles; não que não pudesse, mas porque preferiram o pecado a Deus. Distorções morais re¬sultam desse estado, e o homem fica entregue aos poderes destrutivos de sua natureza pecaminosa. É nesse estado que o homossexualismo, a pederastia, o lesbianismo e outras formas pervertidas da natureza agem livremente. Quantos milhões de pessoas são escravas da imundícia!
b) Segunda conseqüência - "Deus os entregou às paixões infames" (1.26). O texto diz: "Deus os entregou às paixões infames". O homem sem Deus torna-se vítima dos mais degradantes apetites e paixões. O Novo Testamento mostra, nas Epístolas Gerais e mesmo nos Evangelhos, que o ceder aos desejos impuros resulta em escravidão, e conduz a paixões ainda mais pervertidas. Quando o homem tem Deus na vida, ele pode dominar sobre os desejos da carne.
c) Terceira consequência - "Deus os entregou a um sentimento perverso" (1.28). Significa que Deus os deixou à mercê de seus próprios sentimentos. O texto aponta a ra¬zão que levou Deus a deixá-los entregues a um sentimento perverso: "E por haverem desprezado o conhecimento de Deus" - eis a razão. Numa tradução do Espanhol, o mes¬mo texto aclara melhor a razão que diz: "E como eles não aprovaram ter em conta a Deus, Deus os entregou a uma mente depravada". Ter uma "mente depravada" significa a perda da capacidade para discernir as diferenças entre "bem e mal".
Bibliografia E. Cabral
A origem etimológica da palavra hamartiologia
A doutrina do pecado é identificada como Hamartiologia. Essa palavra deriva de dois termos da língua grega, língua do Novo Testamento: “hamartia” e “logos”, que significam juntas “estudo acerca do pecado”. O termo “hamartia” tem, na sua etimologia grega, o sentido de “errar o alvo”. Portanto, o estudo acerca do pecado, como ato, estado ou condição, sugere que o pecado é “um desvio do fim (ou modo) estabelecido por Deus”.
Na Teologia Cristã, a doutrina do pecado ganha espaço porque o cristianismo representa a possibilidade de redenção do estado pecaminoso do homem. Três grandiosas doutrinas bíblicas ganham espaço na vida do homem, as quais são: a Doutrina de Deus, a Doutrina do Pecado e a Doutrina da Redenção. Existe uma relação essencial entre essas três doutrinas de tal modo que é impossível tratar do pecado sem tratar da Redenção e, naturalmente, ao tratar sobre Redenção, inevitavelmente a relacionamos com a sua fonte, que é Deus.
A questão do mal é tratada na Bíblia a partir do relato do livro de Gênesis sobre a Queda do homem. Esse relato descreve o princípio da tentação do homem e a sua concessão ao pecado, trazendo maldição à sua vida pessoal e a toda a Terra.
O pecado é um tipo de mal, porque nem todo mal é pecado. Existem males físicos conseqüentes da entrada do pecado no mundo. Na esfera física, temos um tipo de mal que se manifesta nas doenças. Entretanto, na esfera ética, o mal tem um sentido moral. É nessa esfera moral que se manifesta o pecado. Os vários termos hebraicos e gregos das línguas originais da Bíblia, quando falam do pecado, apontam para o sentido ético, porque falam da prática do pecado, ou seja, dos atos pecaminosos.
O pecado é, de fato, uma ativa oposição a Deus, uma transgressão das suas leis, que o homem, por escolha própria (livre), resolveu fazer (Gn 3.1-6; Is 48.8; Rm 1.18-22; 1Jo 3.4).
O Que é Pecado Original?
É o pecado herdado da desobediência de Adão e Eva. O primeiro homem, como representante da raça humana, corrompeu toda a humanidade ao transgredir a lei de Deus. O Senhor Deus ordenou ao homem:
"De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás, pois no dia em que dela comeres, certamente morrerás"
A mulher, dando ouvidos à serpente, comeu do fruto da árvore proibida e cometeu o primeiro pecado da humanidade. "Como semente gera semente da mesma espécie", nós, sementes de Adão, herdamos a natureza pecaminosa. Assim, "por um só homem entrou o pecado no mundo / pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". (Gn 2.16-17; 3.1-6; Rm 3.23; 5.12). A esperança é que se
"pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos". (Rm 5.19).
O Pecado Original
O pecado original não é um assunto que é proeminente na teologia moderna, pois é contrária a grande parte das modernas crenças arrogantes, e conseqüentemente, nenhum pregador oportunista ousará apresentá-lo à congregação em que ele serve, a fim de não ofender as sensibilidades mais delicadas de um membro. Contudo, tem sido uma das doutrinas mais fundamentais e importantes das Escrituras, pois é o alicerce de muitas outras. Se não existe o pecado original, o homem não herdou natureza pecadora nenhuma, não há necessidade nenhuma de redenção do pecado e não há necessidade de um Cristo crucificado. Também as igrejas não têm nenhum trabalho para fazer, e tornaram inúteis muitas convicções e práticas cristãs.
Mas as Escrituras não deixam espaço algum para alguém negar essa doutrina grande que é muito importante, pois uma das primeiras revelações é com relação ao pecado original, e todas as Escrituras presumem a verdade desse conceito, e, aliás, se baseia...
O pecado original não é um assunto que é proeminente na teologia moderna, pois é contrária a grande parte das modernas crenças arrogantes, e conseqüentemente, nenhum pregador oportunista ousará apresentá-lo à congregação em que ele serve, a fim de não ofender as sensibilidades mais delicadas de um membro. Contudo, tem sido uma das doutrinas mais fundamentais e importantes das Escrituras, pois é o alicerce de muitas outras. Se não existe o pecado original, o homem não herdou natureza pecadora nenhuma, não há necessidade nenhuma de redenção do pecado e não há necessidade de um Cristo crucificado. Também as igrejas não têm nenhum trabalho para fazer, e tornaram inúteis muitas convicções e práticas cristãs. Mas as Escrituras não deixam espaço algum para alguém negar essa doutrina grande que é muito importante, pois uma das primeiras revelações é com relação ao pecado original, e todas as Escrituras presumem a verdade desse conceito, e, aliás, se baseia. Não podemos dar ênfase demais ao fato de que a raça de Adão, desde a queda do homem, está sob a maldição e pena do pecado. Todo homem que não é cristão está hoje sob esta maldição e pena do pecado. Não precisamos a prova Bíblica para afirmar que o homem é um ser depravado. A história da raça comprova isso. Nossa experiência comprova isso. Não há homem algum no mundo que não saiba que as inclinações do homem natural são para o mal. É uma luta andar em direção contrária. A tendência natural é para com aquilo que é mau. Isso se aplica a toda a raça humana em todas as partes. Ao considerar os ensinos de Gênesis 3, percebemos várias coisas apresentadas que mostram que o homem de fato caiu no Éden e que ele assim se tornou uma criatura totalmente depravada. Portanto, ele possui uma natureza pecaminosa por causa de seu pecado original, e essa condição foi transmitida a todos os descendentes de Adão, que estavam nele — em sua semente — no momento de seu pecado, e tiveram parte nesse pecado com ele. Observamos em Gênesis 3 as coisas seguintes: I. HÁ IMPOSIÇÃO DE RESTRIÇÕES. É evidente que deve ter havido algum tipo de imposição legal em Adão desde o começo, pois não teria sido possível que ele pecasse de outra forma. As Escrituras declaram a necessidade da lei de constituir um ato ou atitude como iniqüidade (iniqüidade é a transgressão de lei): “Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade.” (1 Jo 3.4). E de novo: “Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão” (Rm 4.15). E ainda de novo: “Porque até a lei [a entrega da lei escrita no Sinai estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão…” (Rm 5.13-14). II. HOUVE INCITAMENTO À REBELIÃO. E satanás, usando a serpente como instrumento, foi o agente nessa tentação: “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” (Gn 3.1). Que Satanás foi a força incitadora nessa tentação é inquestionável, pois uma referência em Ap 12.9 o menciona como “o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás” Essa astúcia da serpente é citada em outras passagens também: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia…” (2 Co 11.3). “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). Tanto “astúcia” quanto “ciladas” indicam uma sabedoria que se usa para o mal, e esse sentido descreve com precisão o diabo, pois em sua criação ele foi uma das criaturas mais sábias, mas perverteu sua sabedoria para finalidades malignas com seu orgulho e ambição: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor” (Ez 28.17). Mas observe como Satanás começou a enganar o homem, e causou a queda dele de seu estado de inocência. Primeiro, insinuou-se dúvida acerca do que Deus queria dizer: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” (Gn 3.1ss). Essa é uma forma bem comum de tentação, pois se o diabo puder fazer com que o homem questione o sentido ou aplicação de um dos mandamentos de Deus, ele fez muito progresso em induzir o homem a desobedecer a esse mandamento. Também, Eva só soube desse mandamento através de Adão, pois Deus não havia falado com ela sobre o mandamento, mas com Adão (Gn 2.16 17), e assim ela não estava em posição para disputar o assunto com a serpente; o que ela devia ter feito era encaminhar o assunto a seu marido, quem era o cabeça e aquele que tinha de fazer qualquer decisão que se precisasse fazer. III. A REVOLTA INDUZIDA. Bem disse alguém: “O pecado é a declaração do homem da sua independência de Deus.” Na verdade, em análise final tudo se resume a isso. É simplesmente uma questão da teimosia e egocentrismo do homem, em vez de submissão à vontade de Deus e ao mandamento de Deus. Conforme já dissemos, todos os demônios do diabo não poderiam forçar o homem a pecar; o diabo de fato o incitou a pecar, mas foi uma transgressão voluntária do homem, pela qual apenas ele tem de dar contas no tribunal final diante de Deus. V. A INTERVENÇÃO DA REDENÇÃO. Por seu pecado o homem mereceu a morte eterna, mas Deus em Sua graça e misericórdia planejou a redenção; isso e mais, Ele a supriu antes da fundação do mundo. A queda do homem não pegou Deus de surpresa, pois a provisão da redenção do homem foi feita antes que o homem chegasse a existir, e assim antes que surgisse a necessidade. Assim está escrito que Cristo é “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Não só isso, mas também está escrito que “…nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1.4). A provisão de Deus envolvendo redenção antedata a existência do homem, e também a sua necessidade, mas foi proclamada imediatamente quando surgiu a necessidade, pois a primeira promessa acerca do Redentor que viria se registra em Gn 3.15: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” O Pecado na Vida do Crente - Os filhos de Deus geralmente não caem nos grandes e bem-conhecidos pecados, mas, segundo a Palavra de Deus, há pecados que elas cometem freqüentemente. Estes pecados são como pequenas raposas que estragam a uva (nossas vidas), tornando-nos infrutíferos. Mas quais são estes pecados? Aqui estão alguns deles. 1. Saber fazer o bem, mas não fazê-lo (Tg 4.17). Deus nos manda repetidamente, que devemos fazer bem a todos, principalmente aos domésticos da fé (Gálatas 6:9,10; Tt 2.14; Mt 25.34,35). O Senhor Jesus foi um exemplo para nós, neste aspecto. Nós lemos em At 10.38 que "Ele andou fazendo bem." Quão devagar nós estamos no obedecer deste mandamento! 2. Não orar pelos próximos (falta de oração). I Sm 12.23. Nós freqüentemente oramos por nós mesmos, pelos membros de nossa família, pela nossa igreja, mas nos esquecemos de orar para os servos do Senhor, para os missionários, para as doentes, pelos reis e por todos que estão em autoridade, e também para muitos outros (Ef 6.17,18; I Tm 2. 1,2). Este é uma das "pequenas raposas". Nós devemos orar por todos. 3. O pecado de fazer decisões e seguir o nosso caminho sem fé (Rm 14.23). Sim, qualquer coisa que não esteja de acordo com a Palavra de Deus, não é de fé (Is 8.20). Muitos Cristãos decidem e fazem coisas, sem olhar às Escrituras para conhecer o desejo de Deus. Outros estragam suas vidas, com jugos desiguais ou amizades inconvenientes (2 Co 6.14). É uma pena! 4. O pecado de fazer acepção de pessoas, ou o de agradar aos homens mais de Deus(Tg 2.1-9; Gl 1.10). Este pecado é comum em muitas igrejas. Mais cargos ou posições são dadas aos ricos e educados, do que às pessoas espirituais que não são ricas ou educadas. Tenha cuidado de não fazer acepção de pessoas. 5. O pecado de não ser generoso com Deus (Malaquias 3:8,10; Lucas 6:38). Este é um fato em que, o povo de Deus não ofertam o suficiente a Deus. No tempo do Velho Testamento os Israelitas davam dízimos e ofertas a Deus. Agora, nós não damos metade disto. Muitos roubam a Deus dizendo, "Nós não estamos no tempo da Lei." Se no Velho Testamento os santos davam dízimos, poderíamos dar menos? Leia Gn 14.20; 28.22; Mt 23.23. Oremos para que o Senhor livra-nos deste pecado e nos ensine a dar assim como Ele nos mandou a dar (II Coríntios 9:6). 6. Não buscar primeiro o Reino de Deus (Mt 6.33). Somente temos tempo para as nossas próprias necessidades. Trabalhamos duro para ganharmos mais, algumas vezes deixando de lado as reuniões por isso, mas não temos tempo para o estudo da Palavra de Deus; para orar, para visitar e praticar o evangelho diante os não salvos. Este é outro pecado que tem arruinado muitas vidas. 7. O pecado de mentir (Cl 3.9). Muitas vezes mentimos sem saber o que fizemos. Nós cantamos com vozes altas, "Mais de Cristo", mas não temos a consagração real. Nós cantamos "Tudo Entregarei", mas a oportunidade vem para ofertar e damos muito pouco. Nós pregamos, mas não vivemos a mesma mensagem. Que aprendemos a sermos fazedores da Palavra (Tg 1.22). 8. O pecado de não amarmos os nossos irmãos como o Senhor nos mandou a amar (Jo 15.12; Tg 2.8, I Jo 3.16,18). O Senhor freqüentemente nos disse, "Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós." (Jo 13.34; 15.12). Muitas vezes amamos apenas de boca, mas não pelas ações. Alguns amam apenas aqueles que os amam ou que estão próximos a eles, mas não têm nenhum amor por aqueles que são diferentes a eles. Que aprendemos a amar nossos irmãos como nos amamos a nós mesmos. Podem pensar muitos que, uma vez que uma pessoa se torna crente, ela nunca mais peca. É uma verdade que aquilo que é nascido no crente não pode pecar e nunca vai pecar (I Jo 3.9; 5.18). Esse que é nascido é a natureza divina no crente. A natureza divina no crente não pode pecar, mas o crente pode. O pecado que o crente tem é ligado a ele por ele viver no mundo (I Jo 2.16) e ter o pecado ainda nos seus membros (Rom 7:23). Enquanto o crente está na carne, terá o problema do pecado (Mt. 26.41; "... o espírito está pronto, mas a carne é fraca."). Se não tivesse a possibilidade do crente ser influenciado pelo pecado, Davi não teria orado: "Expurga-me tu dos que me são ocultos." (Sl 19.12; 119.133) e nem teria dito: "O meu pecado está sempre diante de mim" (Sl 51.3). Jesus também não teria orado ao Pai que "os livres do mal" (Jo 17.15). Paulo tinha uma luta constante que o provocou a lamentar: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?"(Rom 7:24). É fato bíblico que o crente peca (Pv. 20.9; Ec 7.20) pois ele é fraco pela carne (Jo 3.6, "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito."). Tanto a realidade da presença do pecado na vida do crente quanto a nova natureza é vista claramente na doutrina da santificação que envolve a correção de Deus (Hb 12:5-13). Se não houvesse pecado na vida do crente, nunca haveria a correção. Se alguém que se acha crente não conhece a mão pesada de Deus que corrige seus filhos, levando-os para serem "participantes da Sua santidade" (Hb 12.10), esse tal não tem razão nenhuma de se achar salvo. Mesmo que haja a capacidade de pecar, o crente é responsável por não pecar (I Ped 1:15, "sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver"; I João 2:1; "estas coisas vos escrevo para que não pequeis"). A possibilidade de pecar nunca é razão de desculpar a ação do pecado, mas uma forte razão de vigiar (Mat. 26:41) para que não entreis em tentação. É verdade que quem está salvo, e quem tem essa nova natureza feita por Deus em Cristo, tem uma luta com o pecado (Gal 5:17; "e estes opõem-se um ao outro"; Rom 7:23; "que batalha contra a lei do meu entendimento"). Antes de ser Cristão, o salvo não tinha forças nenhumas para dominar o pecado (Rom 8:8). Em Cristo, o Cristão, por Cristo, tem o que é necessário para dominar o pecado (Mat. 26:41; Fil. 4:13; I João 4:4). Por causa da confusão que existe sobre este assunto e as dúvidas que Satanás pode trazer à mente do pecador e ao crente, seria proveitoso estudar o que acontece e o que não acontece quando o crente peca. 1. Salvação é pela graça - NUNCA é merecida (Rm. 11.6; Ef 2.8,9). 2. Salvação é por Cristo - NUNCA pelo homem (Jo 3.35,36; 14.6; Rm. 5.6,8). Em resumo é bom lembrar que é fato que o crente peca. Somente precisamos considerar as vidas de Abraão, de Jacó, de Moisés e de Davi para entendermos que os crentes pecam. A única solução é a confissão e o abandono do pecado (2 Crôn. 7.14,15; Sal 51.1-4; Pv. 28.13; I Jo 1.9). O Poder para Ser Servo Fiel é Destruído Para se ser um servo fiel para a glória de Deus são necessários as Suas bênçãos. Ser um servo fiel não é fruto da carne. Na carne não habita bem algum (Rm. 7.18). Só as bênçãos de Deus em uma vida produzem fruto que convém ser visto publicamente (Gl 5.22). Mas quando há presença de pecado na vida, como podem as bênçãos de Deus ser esperadas? Não podemos servir a dois senhores (Mt. 6.24). Se servirmos ao pecado estamos contra o Senhor (Mt. 12.30; Rm. 6:12,16). Se atendermos à iniqüidade em nossos corações, O Senhor não nos ouvirá (Sl 66.18). Devemos esperar o poder do Senhor em nossas vidas quando o Senhor não é agradado por nós? Devemos esperar força para obedecer quando estamos vivendo contra o Senhor? Se Deus não nos ouve, devemos estar seguros em nossas vidas espirituais? Sem tais bênçãos, sem a força de Deus e de Seu ouvido nos dando atenção, podemos realmente esperar poder ser um servo fiel? O servo fiel tem algo para ministrar aos outros. Ele continuamente conhece a beneficência, o juízo e a justiça na terra. Ele conhece que o Senhor é O Senhor (Jr 9.23,24). Ele tem constantemente a alegria e o gozo no seu coração que a Palavra de Deus produz (Jr 15.16). Ele bebeu naquele dia da fonte da água, que salta para a vida eterna e por isso tem o poder de Deus na sua vida (Jo 4.14; At 1.8). Este crente tem um relacionamento vivo que emana do seu andar com Deus. Mas, se o servo está praticando pecado, se tem mãos sujas, se não tem comunhão viva com o Senhor, como é que ele vai ter algo para proclamar ou pregar? Como é que o crente vai ser um servo fiel quando o céu parece fechado (Sl 34.16), o espírito parece morto (Sl 32.3,4) e as suas experiências estão confusas? Esse servo de Deus tem problemas sérios com ele mesmo, com o seu Deus e, conseqüentemente, com o mundo. A solução é confessar o pecado (Sl 32.5) e ter uma vida íntegra com o Senhor e Salvador Jesus Cristo. Por se dividir a adoração de Deus com o louvor do mundo, o poder de Deus na vida é destruído, então, uma vida reta para com Deus é o que deve ser procurada para remediar a situação (Sl 15.1-5). A possibilidade de o crente ter a glória de Deus na vida e ter o poder para ser um servo fiel somente é conhecida com atenção exclusiva à Palavra de Deus (Js 1.7,8). Tendo um coração restrito a Deus e limpo de pecado, ânimo e poder de ensinar aos outros é lhe dado. (Sl 51.10-13). Apenas quando o crente busca primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, é que tem o de que necessita tanto na sua vida terrena quanto na sua vida espiritual (Pv 2.1-9; Mt. 6.33). O Seu Testemunho Cristão é prejudicado I Tm 1.19; Tg 3.13-18 Conforme Mt 5.14, nós somos "a luz do mundo". Isso quer dizer que nós refletimos Cristo, que é a Luz (Jo 8.12), ao mundo através das nossas vidas. Verdadeiramente o que os outros sabem de Cristo é conhecido pelas testemunhas que somos (Tt 2.5; Tg 3.13-18; I Pe 3.1,2). Por isso somos chamados "a luz do mundo", a candeia no velador e a cidade edificada sobre um monte (Mt. 5.14-16). Quando o pecado faz parte das nossas vidas cotidianas, o brilho de Cristo é diminuído, ou seja, o nosso testemunho de Cristo é danificado. O pecado é igual a algo que está entre nós e uma estrela. O brilho de Cristo não é visto mais. Nosso corpo individualmente é o templo do Espírito Santo (I Co 3.16,17; 6.19). O corpo somente pode manifestar o que está por dentro dele. Se tiver pecado praticado por dentro, uma vida suja vai ser manifesta e não mais a glória de Deus. Outro problema já é desencadeado com uma vida suja no mundo. Representamos mal o nosso Salvador ao mundo. Começamos por provocar confusão a todos ao redor de nós. Dizemos que somos Cristãos, mas vivemos em pecado. Dizemos que Cristo é poderoso para nos salvar dos pecados, mas vivemos caídos no pecado. Assim como um instrumento musical dando um som estranho, nós provocamos confusão (I Co 14.7,8). O mundo ouve o que dizemos, mas examina as nossas vidas diárias. O mundo pensa, por causa das nossas vidas, que Cristo é falho. Nós, como membros de uma igreja verdadeira, coletivamente, somos feitos o corpo de Cristo (Ef 1.23). Se os membros da igreja estão com pecado não confessado e abandonado, como é que Cristo vai ser visto pelo mundo como santo na assembléia? O mundo não precisa de uma testemunha com testemunho danificado. O mundo precisa ver a palavra de Deus representada através de uma vida santa para saber o que realmente significa a nossa pregação verbal. Por causa do dano que uma vida pecaminosa faz de Cristo, a correção de Deus pode ser exercitada com dureza (I Tm 1.19,20; I Cor 11.30), mesmo que a alma seja salva (I Cor 3:15,16). A solução de pecado na vida é arrependimento a Deus. Isso inclui tristeza e abandono completo do pecado. Uma vez que o pecado é abandonado, o poder de Deus deve ser procurado para poder vencer o mal e para poder viver em submissão à vontade de Deus (Sl 139.23,24). Isso é o que o Apóstolo Pedro fez tornando-se um servo fiel (Mt. 26:75; Jo 21.17,19). Se o pecado for contra um irmão, um arrependimento para com aquele irmão convém para consertar o testemunho diante do mundo e ser perdoado por Deus (Jó 42.8; Mt. 5.23,24) Se o pecado for público, convém um arrependimento público. Somente assim terá um testemunho público restaurado (Zaqueu, Lc1 9.8) Para viver um testemunho depois de danificá-lo, cuide bem com a sua submissão à Palavra de Deus. "Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra." Sal 119.9. A Sua Posição no Céu é Determinada (Hb 11.32-35) Se alguém for para o céu, será somente pela graça de Deus (Rm 5.15; 9.15,16; 11:6; Ef 2.8,9). Essa graça é motivada pelo amor de Deus por Seus eleitos (Jer 31:3; Efés 2:4-7). Quando falamos do céu, devemos enfatizar que o importante é conhecer Jesus Cristo no coração (Jo 14.6; Atos 4.12; I Co 3.11; I Tm 2.5,6). Nenhum Cristão pode receber mais Cristo ou mais Espírito Santo do que qualquer outro Cristão. Os Cristãos podem ter responsabilidades diferenciadas e serem usados de forma variada durante o seu tempo na terra, mas todos os crentes em Jesus Cristo receberão o céu de igual forma. Todavia, a Bíblia revela que existem posições no céu ( Mt. 19.30; I Co 3.12; 15.41,42; Hb 11.35, "uma melhor ressurreição) tanto quanto há no inferno (Mt. 10.15; Ap 20.13). No céu, essas posições são entendidas pela diferenciação dos galardões. Os galardões podem ser ganhos ou perdidos. Os galardões são coroas. Existem coroas da justiça (2 Tm 4.8), da vida (Tg 1.12), da glória (I Pe 5.4; I Cor 9.25) e são para serem lançadas aos pés de quem está no trono (Ap 4.9-11). Também entendemos que os Cristãos terão as suas obras julgadas pelo julgamento diante de Cristo (Rm 14.10; 2 Co 5.10). Este julgamento não é o julgamento geral dos incrédulos, mas é o julgamento em que as obras feitas pelo Cristão em vida serão julgadas. A posição no céu é determinada pelo serviço a Cristo durante a sua vida terrestre (Hb 11.26, 35). As obras determinam as coroas que temos e nossa posição no céu (I Co 3.11-15). As obras feitas na força da carne findam-se em palha, feno e madeira, e serão queimadas ou perdidas. Perdendo os galardões, a posição no céu é determinada. As obras feitas na força de Deus para a Sua glória em amor nos dão ouro, prata e pedras preciosas e os galardões permanecem. Devemos ter cuidado para que ninguém tome a nossa coroa (2 Jo 8; Ap 3.11), tal perda será causa de choro (Ap 21.4). A perda das coroas, pela infidelidade do Cristão na vida terrena, confunde a muitos. Pela perda das coroas, muitos entendem a perda da salvação. Mas a salvação é pela obra de Cristo e por isso é segura eternamente. As coroas são ganhas pela operação da graça de Deus em nossa vida Cristã na terra e determinam a nossa posição no céu. Podemos perder as coroas (1 Cr 3.15; Apoc 3.11), mas nunca podemos perder Cristo ou o céu (Jo 10.27-29). O Cristão nunca será separado de Deus (Rm 8.35-39). A solução para não perder os galardoes é não andar pela carne na vida Cristã (Gl 2.20). Uma vida piedosa "para tudo é proveitosa" (I Tm 4.8), e é a maneira pela qual fazemos as boas obras (Ef 2.10; Tt 3.8). Vivendo no Espírito (Gl 5.16), aplicando-nos mais e mais para viver conforme a Palavra de Deus é viver segundo o poder de Deus em Cristo, Quem nos apresentará diante de Deus irrepreensíveis (Jd 24). A Sua Vida Terá o Castigo de Deus (Hb 12.5-11) Castigo, para muitos, é uma palavra feia. No contexto bíblico, em referência a uma ação de Deus para com os seus, ou dos pais para com os seus filhos, é uma ação de amor. É amor tanto para com a pessoa corrigida quanto pelos princípios de justiça e santidade mantidos em alto respeito. O castigo aplicado por Deus, para com os Seus, jamais é uma ação de rancor, malícia, ódio ou outra manifestação que emana de uma falta de amor. A condenação dos pecados precisa ser feita (Ez 18.20, "A alma que pecar, essa morrerá"). Os que não têm os seus nomes escritos no livro da vida, os que nunca foram regenerados para serem filhos de Deus por Jesus Cristo, terão os seus pecados castigados no tempo do porvir no lago de fogo (2 Tess 1:8-9; Ap 20.11-15). Os que já foram regenerados por Deus têm seus pecados já castigados em Cristo (Is 53.4-6; Rm 5.6-8; 2 Co 5.21). A condenação eterna dos seus pecados foi levada em Cristo (Rm 8.1). Mas, mesmo assim, estes têm a sua desobediência corrigida em vida (Heb 12.5,6). Este castigo (repreensão) dos filhos de Deus é para correção, e é marca de que é filho de Deus (Hb 12.7,8). Estes açoites vêm do Senhor (I Cor 11.32) e vêm para o bem (Rm 8.28, "para o bem"; Hb 12.10, "para nosso proveito, para sermos participantes da sua Santidade."). Deus pode usar os outros para estender a Sua correção (Mt. 18.15-17 - a igreja; Nm. 21.6 - situações; Juízes 3.3, 4 - pessoas que não conhecem a verdade) mas sempre vêm com a Sua direção. O castigo do Senhor é com o intuito de revelar o Seu amor (Pv. 3.12; Apoc 3.19, "Eu repreendo e castigo a todos quantos amo"), e de limpar os Seus para Ele (Ef 5.26,27; Hb 12.9,11). TANTO MAIS SUJEIRA FAZ, MAIS "CORREÇÃO" LEVA A solução é andar reto conforme a Palavra de Deus. Quando pecares, confessa-o (I Jo 1.9) e volta a observar os princípios deixados de obedecer (Sl 119.9; Apoc 3.19, "sê pois zeloso, e arrepende-te). A Sua Vida na Terra Pode Ser Encurtada (Jo 15.1-3) Brincar com Deus nunca foi saudável. Deus deve ser obedecido com temor e reverência (Ec 12.13). O homem que peca, seja filho de Deus ou não, conhecerá a mão pesada de Deus. O filho de Deus conhecerá o castigo para trazê-lo à correção (Hb 12.5,6). Quem não é filho de Deus não conhecerá a correção, mas conhecerá a punição eterna que leva à glória de Deus por Jesus Cristo (Fl. 2.10,11; Lc 16.27,28). Podemos procurar esconder as nossas ações de pecado pelas desculpas, boas intenções ou pela ignorância, mas Aquele que conhece os corações agirá com justiça e Ele não depende de nossas explicações. A correção de Deus para quem está em Cristo e insiste no pecado, pode resultar em morte precoce? (Jo 15.2), "Toda a vara em Mim, que não dá fruto, a tira"). A punição para quem não está em Cristo não é outra; "será lançado fora, como a vara, e secará; e a colhe e lança-a no fogo, e arde." (Jo 15.6). Em vez de brincar com pecado, devemos arrepender-nos dele e correr à misericórdia de Deus, que foi revelada em Cristo. Há casos bíblicos de morte de crentes que insistem no pecado. Em Efésios, onde Timóteo estava pastoreando (I Tm 1.3), Himeneu e Alexandre foram dois que não conservaram a fé e a boa consciência e fizeram naufrágio na fé. Eles foram entregues a Satanás "para que aprendam a não blasfemar" (I Tm 1.19,20; 2 Tm 2.16-19; II Tm 4.14). A instrução do Apóstolo Paulo para os crentes em Corinto, que insistiram no pecado, era para serem entregues a Satanás, não para a destruição da alma, mas, sim, do corpo (I Co 3.12-16; 5.1-5). Há o caso dos crentes que não procuraram o perdão para serem sérios na prática da sua confissão e foram afligidos com doenças e até alguns morreram (At 5.1-10; I Co 11.28-31). Deus quer que Seu povo seja santo. Aquele que está oprimido pelo seu pecado e cansado dele, está instruído a tomar o jugo de Cristo e a aprender dEle (Mt. 11.28-30). "Quem é o homem que deseja a vida, que quer largos dias para ver o bem? Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem o engano. “Aparta-te do mal, e faze o bem; procura a paz, e segue-a.” Sl 34.12-14 COMO TER A VITÓRIA DO PECADO Por vivermos em um mundo onde o astuto Satanás é o príncipe das potestades do ar (Ef 2.2); por não temos que lutar contra a carne e o sangue (Ef 6.12); por termos um coração enganoso mais do que podemos conhecer (Jer 17.9) e pelos efeitos destrutivos que o pecado faz na vida do crente, (nos estudos acima) devemos ser perspicazes sempre. Devemos ser atentos. Em toda hora temos que estar cuidadosos, pois o diabo não cessa de perturbar os retos caminhos do Senhor (Atos 13.10). Ele é como um leão faminto, buscando a quem possa tragar (I Pe 5.8) destruindo com mentiras e homicidas desde o começo (Jo 8.44). Quando deixamos de ser prudentes como devemos ( Mt. 10.16), ou quando cessamos de olhar e vigiar em oração (Mt. 26.41; Mc 13.33; I Ts 5.8; I Pedro 5.8), deixamos de sair pelo escape que Deus dá justamente para podermos suportar as tentações e ardis de Satanás (I Co 10.13). O Pedro deixou de ser atento em uma só ocasião e caiu na tentação de confiar na carne (Jo 13.37; 18.17,25-27). Esta única vez por não vigiar bem trouxe para ele um choro amargo naquela hora (Mt. 26.75) e um testemunho mau que dura até hoje. Por causa da natureza sutil, enganosa e destrutiva do pecado, não temos opção nenhuma para ter a vitória senão de sermos atentos em todo o tempo. Devemos ser experientes também. Não devemos dar-nos o luxo de pensar que o que aconteceu uma vez não pode acontecer outra vez. Cada um de nós tem "o pecado que tão de perto nos rodeia" (Hb 12.1), ou seja, uma tentação que Satanás usa repetidas vezes em nossa vida para nos fazer presa dele. Talvez, pela graça de Deus, tenhamos a vitória em vários casos de tentação neste pecado, mas, para continuarmos a ter a vitória, devemos lembrar que Satanás não dorme, e somos aconselhados a não dormir também (Luc 21:34-36). O ato de Abraão mentir sobre a mulher várias vezes (Gên. 12:10-20 - 20:1-5,12,13) é prova que devemos ser experientes. Pedro negou não uma vez somente, mas três vezes (João 13:37; 18:17, 25-27). Cabe a nós reconhecer os sintomas e não sermos ingênuos. O que aconteceu a um outro, pode acontecer conosco também. As tentações são humanas (I Cor 10.13). O que aflige nossos irmãos cristãos, pode nos afligir também (I Pedro 5.9). O que aflige os do mundo pode nos afligir também, pois temos corações enganosos e as mesmas paixões (Atos 14.14,15). Cristo instruiu os discípulos a lembrar-se "da mulher de Ló" (Lc 17.28-32) para que eles fossem prudentes. Paulo lembrou Timóteo de Himeneu e Alexandre (I Tm 1.19,20) para que retivesse a fé e a boa consciência, querendo que ele fosse experiente. Nós temos a Bíblia em nossas mãos e ela foi escrita para nosso ensino (Rm 15.4). Não há razão de sermos inexperientes. Podemos e devemos aprender com os problemas e com as situações anteriores que provocaram o pecado, tanto em nossas vidas quanto na vida dos outros. O escape da última vez pode ser o mesmo que precisamos em contínuo. Resistir devemos, mas não na carne. Temos que resistir firmes na fé, (I Pedro 5.6-9) sujeitando-nos melhor a Deus (Tg 4.7,8). Se queremos mesmo ter a vitória sobre o pecado devemos ser santos. Devemos guardar os nossos corações (Pv. 4.23-26) porque dele procedem as fontes da vida. Os que observam a Palavra de Deus para praticá-la em suas vidas diárias são os que podem resistir nas tempestades que certamente virão na vida de cada um de nós (Mat. 7:24-27). Uma vida que tem a armadura de Deus é uma vida pronta para ter a vitória sobre as ciladas do diabo, (Efés. 6:11-18). A armadura de Deus é tida somente se está convertido e é ativada pelo uso (Efés. 6:18, "orando em todo o tempo"). Somente os que manejam bem a Palavra de Deus não precisam de se envergonhar (II Tim 2:15). Apenas os que estão chegados a Deus (Tiago 4:8) vão lembrar de lançar sobre Ele toda a ansiedade na hora de aperto (I Pedro 5:7). Sendo espiritual na hora da tentação podemos desviar-nos do mal, tiramo-nos do meio do mal, sustentar-nos na aflição e moderar as nossas reações para não complicarmos mais a situação. Há perigo no pecado para qualquer pessoa, mas especialmente para o crente. Para vos afastares do pecado, chegai a Deus. Tendo feito tudo para resistir, sede firmes. "Alegrai-vos na esperança Sede pacientes na tribulação Perseverai na oração" (Rm 12.12) Tentado não cedas; ceder é pecar; melhor e mais nobre; será triunfar; coragem oh crente; domina o teu mal; Deus pode livrar-te; de queda fatal. Assim nos concluímos a mais um estudo bíblico; fiquem com Deus e a paz do Senhor Jesus. |